Volta da Pampulha 2017

Última prova que fiz da tradicional Volta da Pampulha em BH foi em 2010. Havia feito ela em 2009 também. E em 2010 tinha certeza que era o tipo de prova que não me “pegava” mais.

Uma prova que era difícil para chegar (muito trânsito), difícil para se posicionar na largada (milhares de pessoas apertadas ombro a ombro), difícil para correr no meu ritmo (Ruas estreitas e muitas pessoas dos mais variados ritmos a frente). Assim, dificilmente eu retornaria a ela.

Decidi voltar por convite da AVI VIAGENS, que oferece um pacote diferenciando, onde disponibilizam uma inscrição Premium, que me faria largar fora da “muvuca”, e com hospedagem em um hotel distante apenas 1km da largada.

Eles também oferecem esses pacotes em outras grandes provas do Brasil. Vale à pena conferir.

Resolvidas minhas dificuldades com a prova, aproveitei para agendar um Workshop do Corrida Perfeita para o pessoal de BH. Ótimo! Vamos nessa!

O Workshop no sábado foi bem legal. É sempre bom conversar e trocar conhecimento sobre corrida e técnica de corrida. Sem contar que encontrar ao vivo parte da galera que me acompanha no Brasil é fera!

Tudo pronto para a prova! Chip preso no tênis e roupa separada. Tava na hora de fechar com chave de ouro o meu ano esportivo.

Não tinha muita certeza do quanto poderia render nessa prova. Estava cansado de tanta “correria”. Mas tinha que colocar metas para que a prova se tornasse mais interessante.

A meta 1 era ser mais rápido que meu brother Robson de Paula um dia foi, ou seja, sub 1:10. Hehe…

Meta 2, fazer os melhores 16km da minha vida.

Meta 3, os melhores 10km da vida.

Despontada a manhã, acordei sem despertador. Competir com largada às 8:00 e acordar a 1km da prova tem suas vantagens.

A caminhada até a largada foi bem bacana. O clima estava nublado e fresco. A multidão se direcionava para as baias da largada.

Acompanhado do meu sócio e do meu aluno do Corrida Perfeita, o Flávio Peregrinelli, volta e meia parávamos para tirar uma foto e cumprimentar outros corredores que me reconheciam.

Chegando na área reservada às inscrições Premium, fiquei impressionado. Tinha espaço até para aquecer lá dentro… hehehe.

Além disso, eu estava lado a lado com atletas profissionais e consagrados como Giovane dos Santos (Campeão mais uma vez na prova. Parabéns, fera!).

Dentre eles, ainda vi o Thiago Vinhal (Primeiro atleta negro a competir na categoria profissional no mundial de IronMan e 13º colocado em 2017, com o melhor tempo de um brasileiro na história da prova).

Era minha hora de tietar, tirar foto e agradecer a ele pelo belo papel que vem desempenhando.

Pontualmente a largada foi dada às 8:00. O relógio resolveu me “xaropar” nessa hora, com umas informações na tela que não me permitiram dar o start na hora certa. Mas as pernas não esperaram o relógio. Vamos nessa!

Logo o relógio “se aprumou” e fui segurando nos Watts do Stryd meu ímpeto de acompanhar os “canelas secas” pelas ruas agora tranquilas de correr da Pampulha.

Tinha a prova e os números que tinha que fazer km a km na cabeça. E a cada km via que não ia rolar meu melhor 10km. Estava devendo a cada volta uns 3 segundos.

Mas segui fazendo força. Vai que dá?! Por volta do km 7 vi o Thiago Vinhal um pouco mais à minha frente. Ele devia ter tido algum contratempo para estar tão perto.

Aproximando-se do km 10 resolvi fazer um pouco mais de força para bater a meta 3. Nisso alcancei e ultrapassei o grupo que ele estava.

Para minha surpresa ele veio junto deixando os outros para trás. E ainda brincou comigo: “Depois eu quero que você dê uma olhada na minha corrida, Corrida Perfeita!” hehehe… Só pude dar risada e cumprimentá-lo mais uma vez.

E agora?!? 10km chegou e não bati a meta por 20 segundos, 36:48.

Mas o Vinhal ainda tava comigo. Força até a morte para ver se aguento ir junto com ele?!?

“Papagaio que acompanha João de Barro, vira ajudante de pedreiro!” Deixa eu voltar pro meu ritmo aqui… hehehe

Diminui um pouco para me recuperar, pois ainda tinham mais 8 km pela frente e mais uma meta a ser batida. Consegui segurar um pace digno e, fazendo as contas na minha cabeça, era possível bater a meta.

Eis que de repente ouço o som da Timbalada! Era uma galera tocando um som fera “das antigas”. Deu aquela reenergizada q faltava pra apertar o passo e bater os 16km em 59’42”.

Meta 2, ok! Agora só faltavam 2km, tava enxergando bem e não tava zumbindo nada no meu ouvido, aceleeera!

Reta final, já com aquele corredor cheio de gente vendo a prova, cruzei o pórtico com 1:06:15. Veja aqui minha prova no Strava.

Meta 1 batida!!! Só alegria!!

Alegria maior ainda foi poder falar com inúmeros atletas de várias idades e paces (inclusive muito mais rápidos do que o meu) agradecendo pelo trabalho que venho desenvolvendo com o Corrida Perfeita. É incrível o alcance da internet!! E cada vez mais democrático, eu diria.

Muito bom trabalhar com o que se ama e poder impactar de maneira positiva a vida milhares de pessoas que você não conhece.

Essas viagens pelo Brasil que fiz em 2017 foram desgastantes, porém muito gratificantes para perceber que nós do Corrida Perfeita estamos no caminho certo.

Muito obrigado a todos pela confiança e disposição de buscar um caminho diferente.

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Vamo que vamo, juntos, rumo à Corrida Perfeita!! Muito obrigado, Belo Horizonte!